quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Versos Que Ninguém Lê

Escritas pelo vento espalhadas,
Fragmentadas em códigos indistintos,
São as palavras, versos de vidas,
Sem sons, sem encantos,

Que produzi no escuro instante
De uma parca lucidez poética
Para se perderem no presente
Momento em que a morte se faz estática.

Inanes lirismos mergulhados na solidão da indiferença,
Sem lúmen, como um buraco negro.
Presentes esquecidos na ausência,
Como terra que se pisa sem qualquer emprego.

Então, sem uma razão lógica,
Insisto em cultivá-las como frágeis dependentes
Da minha inaptidão poética
Cerrada em inspiradas correntes.

Carlos Bianchi de Oliveira
Rio de Janeiro, 15 de fevereiro de 2016