segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Marcas



Vejo o caminhar lento
E a voz já cansada,
A memória que se evade.

Vejo o olhar já não atento,
E a pele fina quase sem vida
A revelar o peso penoso da idade.

Vejo os fios descoloridos
E o dorso encurvado para o solo
A anunciar a chegada do descanso involuntário.

Vejo, enfim, o silêncio dos esquecidos
E a transformação do sábio em tolo
A fazer do tempo um amigo imaginário.

Carlos Bianchi de Oliveira
Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2015