sexta-feira, 21 de março de 2014

Por Que?

Por que me julgas assim tão duramente?
Que mal incurável habita em teu coração doentio?
Não sabes que toda dor vem de uma semente
Que brota e cresce em solo árido, vazio?

Então, por que insistes em falar do que não ouvistes?
E em manchar o nome de quem não te odeia?
Por que, se a paz é perdida, ainda persistes
Em construir essa maldita teia?
                                             (de intrigas)

Por que tu te esqueces a todo momento
Que ninguém é perfeito no que faz?
Que conviver com o próprio erro já é um tormento
E para isso não é preciso mais?

Sendo assim, por que não buscas ver
O que de bom há em cada um?
O que ainda te faz crer
Que o sacrifício de Cristo não tem valor algum?


Cuidado ao sentar na cadeira de juiz,
Pois quem a todos condena
Carrega consigo a pena
De morrer solitário e infeliz.


Carlos Bianchi de Oliveira
Rio de Janeiro, 19 de março de 2014

quinta-feira, 13 de março de 2014

Realidade

São sempre os fatos a dominar
A realidade que nos cerca
Mas há sempre um novo olhar,
Um ângulo que nem tudo abarca.

Insistimos no nosso ponto de vista
No limite da nossa compreensão escassa
Um argumento sensato, realista
Que adiante perde força, fracassa.

Então vem o orgulho a nos invadir,
Como louco fazer a infeliz defesa
Da teimosia que insiste em residir

Na realidade limitada da alma
Que prefere a guerra insana e acesa
Do que a paz serena e calma.

Carlos Bianchi de Oliveira
Rio de Janeiro, 13 de março de 2013